segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
José Ramos-Horta
José Manuel Ramos-Horta(Díli, 26 de Dezembro de 1949) é um político e jurista
timorense, actual presidente de seu país, tendo assumido o cargo em 20 de Maio de
2007, após disrupções civis originárias em problemas étnicos. Foi previamente o
Ministro de Negócios Estrangeiros de Timor-Leste desde a independência em 2002.
Antes disto foi o porta-voz da resistência timorense no exílio durante a ocupação
indonésia entre 1975 e 1999.
Nascido de mãe timorense e pai português (exilado em Timor), foi educado numa
missão católica em Soibada. Devido à actividade política pró-independência, esteve
exilado por um ano (1970-1971) durante a época colonial em Moçambique.
Considerado como moderado, ocupa o cargo de Ministro das Relações Exteriores no
governo autoproclamado em 28 de Novembro de 1975, apenas com 25 anos de idade.
Deixou Timor-Leste apenas três dias antes da invasão indonésia, em viagem até Nova
Iorque para apresentar às Nações Unidas o caso timorense. Aí expõe a violência
perpretada pela Indonésia na ocupação do território, tornando-se o representante
permanente da Fretilin na ONU nos anos seguintes.
Em Dezembro de 1996, José Ramos-Horta partilha o Prémio Nobel da Paz com o
compatriota bispo Carlos Filipe Ximenes Belo. O Comité Nobel laureou-os pelo
contínuo esforço para terminar com a opressão vigente em Timor-Leste, esperando que
o prémio despolete o encontro de uma solução diplomática para o conflito em Timor-
Leste com base no direito dos povos à autodeterminação.
José Ramos Horta estudou Direito Internacional na Academia de Direito
Internacional da Haia, nos Países Baixos (1983) e na Universidade de Antioch
(Estados Unidos) onde completou o mestrado em Estudos da Paz (1984), bem como uma
série de outros cursos de pós-graduação sobre a temática do Direito Internacional e
da Paz. Em Outubro de 2000 foi investido, juntamente com D. Ximenes Belo e Xanana
Gusmão, como doutor «Honoris causa» pela Universidade do Porto (por proposta da
respectiva Faculdade de Letras).
Em 2003, José Ramos Horta apoiou a invasão do Iraque pelas tropas anglo-norte-
americanas, criticando o regime ditatorial de Saddam Hussein e a Al Qaeda, lembrando
que Osama bin Laden tinha justificado o ataque terrorista de Bali entre outros
argumentos com o facto de Timor-Leste ter sido supostamente vítima de ataques contra
o Islão pelos países ocidentais (a Indonésia tem a maior população islâmica no
mundo).
No fim de Junho de 2006, renunciou ao cargo de Ministro de Negócios Estrangeiros
e da Defesa ao saber que o questionado primeiro-ministro Mari Alkatiri permaneceria
no cargo.
Após a crise que culminou na renúncia de Alkatiri, assumiu em 8 de Julho de 2006 o
cargo de primeiro-ministro, junto com Estanislau da Silva como vice-primeiro-
ministro e Rui Araújo como segundo vice-primeiro-ministro.
José Ramos-Horta era apontado pela imprensa portuguesa como um dos sucessores de
Kofi Annan no cargo de secretário-geral da ONU. Ramos-Horta não confirmou o seu
interesse no cargo, mas também não excluiu a hipótese.
Na segunda volta das eleições de 9 de Maio de 2007, Ramos-Horta foi eleito
Presidente da República de Timor-Leste, em disputa com Francisco Guterres Lu Olo,
sucedendo a Xanana Gusmão no cargo.
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